Por Camila Leite (Bolsista EXP-C/CNPq/Proprietas)
Entre os dias 06 e 08 de março, em Fortaleza, integrantes do Proprietas participaram do VII Seminário Internacional História e Historiografia: Escrita da História e Políticas da Memória, que promoveu o debate sobre as novas abordagens na investigação dos historiadores a fim de ampliar o diálogo entre pesquisadores do campo da História. O evento discutiu questões e desafios que tem delineado o campo, buscando contribuir para a produção científica e investigação histórica.
O Seminário, ao buscar assegurar a continuidade desse espaço de reflexão e debate, apontou os desafios da investigação histórica e fortaleceu as redes de pesquisa das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, ao reunir pesquisadores das áreas de História e correlatas. O evento, que terminou no dia 08 passado, sexta-feira, fomentou o intercâmbio de experiências, a elucidação de desafios metodológicos e conceituais e contribuiu para a vitalidade e aprofundamento dos estudos em andamento.
É importante destacar a presença do INCT Proprietas, especialmente no Simpósio Temático 02: Métodos, técnicas e conceitos no campo da História das Propriedades. Ele foi coordenado pelas pesquisadoras associadas Mônica de Souza Nunes Martins (UFRRJ) e Marina Monteiro Machado (UERJ) e reuniu trabalhos que debateram a História Social das Propriedades, com foco nos métodos aplicados à pesquisa nesta área. Esse eixo buscou discutir a construção do conceito de propriedade como campo interdisciplinar, apontando os limites das narrativas tradicionais, problematizando o conceito de propriedade individual, consolidado no pensamento liberal, a fim de ampliar a análise histórico-social.
Os trabalhos apresentados no Simpósio foram: “Colonização e ocupação dos sertões do rio Paraíba do Sul: estudos sobre a propriedade rural em uma região de fronteira”; “Terra, produção e trabalho na formação social dos Sertões cearenses: o Cariri na segunda metade do século XIX”; “Propriedade de águas e minas no Brasil e a perspectiva transnacional”; “O direito à propriedade e à inclusão social: os usos do conceito de propriedade da subcomissão da questão urbana e de Transporte da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988)”; “O Ceará-sertão: mapas, produção do território e escrita da história no século XIX”; “Direitos de propriedades e ocupação territorial em disputa: sesmarias nos Campos dos Goytacazes (1785-1802)”; “Sobre a proteção às bases de dados no Brasil: uma discussão sobre exclusão e acesso a informações produzidas no setor público”; “A Propriedade Industrial nas Exposições Universais do século XIX”; “Vende-se uma oficina: o conceito de propriedades e o uso de escrituras públicas para mapeamento de estabelecimentos manufatureiros no espaço urbano do Rio de Janeiro entre 1830 e 1870”; “As Exposições Universais e suas dimensões econômicas, políticas e culturais: estudos preliminares” e “Inovações tecnológicas no Matadouro Público de Santa Cruz”. Dentro desse escopo, destacam-se as apresentações de Marina Monteiro Machado (UERJ), Darlan de Oliveira Reis (URCA), Maria Letícia Corrêa, Rafael Soares Gonçalves, Ana Isabel Ribeiro Parente Cortez Reis (URCA), Mônica de Souza Nunes Martins, Marcia Maria Menendes Motta (UFC) e Francivaldo Alves Nunes (UFPA).
Contamos ainda com a organização da “Mesa X - Terra, trabalho e fome nos sertões dos Brasis”, onde se debateu as interfaces do Brasil, em relação ao passado e presente, a fim de contribuir para a continuidade dos estudos agrários. Esse encontro foi conduzido pelos pesquisadores Márcia Maria Menendes Motta (UFC), Darlan Reis (URCA) e Francivaldo Alves Nunes (UFPA).